A importância de falar e nos posicionarmos

Pois bem, houve entrevista anual na empresa e houve em palavras um enorme reconhecimento da minha dedicação relativamente ao ano 2020. Acontece que chegamos à parte da remuneração e foi assim um balde de água fria. 

Prémio de 1000€, aumento salarial de 2% e alargamento do seguro de saúde ao agregado familiar (que no meu caso, agradeci, mas dispensei por não ser necessário).

Fiquei muito insatisfeita, mas na entrevista apenas pedi para reconsiderarem o aumento salarial por julgar muito baixo e creio que nem me manifestei muito veemente.

Acabei por sair da reunião muito em baixo. E os dois dias seguintes foram dias de reflexão, do meu percurso, do meu empenho, das responsabilidades e depois do que achava uma remuneração justa ou não justa. Pensava em qual é que era o meu problema, uma vez que olhando para os outros, em posições semelhantes, estes serem melhor remunerados. Depois percebi que sinceramente, sempre tive um problema nos meus locais de trabalho, fico sempre muito desconfortável a pedir e a fazer valer os meus pontos de vista em relação a salários. Acho que parece que estou a estender a mão. E depois fez-se o clique do que tinha de mudar! Era exatamente essa minha postura amedrontada de falar sobre isso. Devo encarar a minha relação laboral como um negócio e um negócio só é bom quando é bom para ambas as partes. Senti que o negócio não estava a ser bom para mim e por isso decidi falar. E que empoderada me senti. Coloquei as cartas todas na mesa. 

Falaram-me de um aumento de mais de 12.50% e mesmo assim tive a coragem de dizer que estava longe do que considerava justo. E consegui, tranquilamente, elencar as minhas tarefas e as minhas responsabilidades para fazer valer o meu ponto de vista. Podem ser apenas uns pozinhos, mas se não tivesse falado teria simplesmente aceite o que me tinham dado e teria ficado apenas desmotivada no meu trabalho.