terça-feira, 24 de março de 2020

Quarentena Parte III

Resultado de imagem para avós

No meu ultimo post da quarentena a Maria Assalariada  falou da resistência que parece ser geral junto do público mais frágil - o público sénior.





Ainda antes do governo ter decretado medidas eu já estava a implorar aos meus pais para se manterem em casa. A minha irmã ligava-me constantemente a dizer que não os conseguia convencer, que continuavam a desvalorizar tudo isto.  Creio que já viveram tantas realidades diferentes, tantas ameaças que nunca se concretizaram que pensaram que seria igual. 
Foi necessário empenho, na realidade andava a esfrangar-me os nervos e até com a minha irmã já andava a ficar tensa, estavamos frustradas pelos esforços não gerarem nenhum resultado. Estavamos com medo porque são população de risco. Depois, gradualmente convencemos a minha mãe, depois acho que o meu pai se deu por vencido. 
Percebi que não podia ter um discurso radical, se não gerava nele uma vontade de não colaborar. É muito dificil gerir tudo isto à distancia. Eles que estão à vários dias em casa (o meu pai sai para comprar o pão todos os dias), tem-se ressentido, mas é o que tem de ser.

Na altura falei com umas amigas de infância, médicas e com pais médicos que  me referiram ter tido exatamente as mesmas resistências dos seus pais. (ufa pensei que os meus eram ET's) 

A minha avó foi mais fácil. Vive num local isolado, pelo que por norma já não se cruza com muitas pessoas, foi só o reforçar a importância de se manter à distancia. Creio que está assustada com tudo isto, como é obvio. Nunca viu nada assim.

É importante mantermo-nos presentes na vida deles. Eu tenho ligado várias vezes por dia. Com os meus pais faço vídeo-chamadas, macacadas com aquelas aplicações de acrescentar desenhos etc.
Á minha avó ligo todos os dias, falamos sobre coisas normais e acompanhamos o dia-a-dia uma da outra.

O isolamento é físico não deve ser emocional, nunca houve tantos motivos para as pessoas se comunicarem de forma mais regular! Estas chamadas passaram a fazer parte das minhas rotinas :)

1 comentário:

  1. Olá!
    Os mais velhos são muito difíceis! A minha avó que tem 65 anos, continua a sair para beber café, ir ao pão, mercearia, talho.. Faz isto todos os dias… Diz que o vírus é mais psicológico do que outra coisa… Moramos a 3 minutos a pé uma da outra. Continuamos a ver-nos.. Esta semana tive que levar as miúdas lá a casa porque o meu avô andava todo triste de não ver as miúdas. (Vai fazer dois meses que estamos em casa fechadas).
    Proteja-se dentro dos possíveis!

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